quinta-feira, 30 de abril de 2015

MARIA E A VINDA DO ESPÍRITO SANTO EM PENTECOSTES




MARIA E A VINDA DO ESPÍRITO NO PENTECOSTES


A presença orante da Santíssima Virgem Maria no dia de Pentecostes e nos inícios da comunidade cristã tem muito a nos dizer a respeito da nossa oração, da nossa intimidade com Deus. No Cenáculo em Jerusalém, a Virgem Maria, os apóstolos e discípulos, reunidos em oração, obedecem a ordem de Jesus, que disse aos discípulos para esperar o cumprimento da promessa da vinda do Espírito Santo, antes assumir sua missão na Igreja. Entretanto, para que aconteça o Pentecostes em nossas vidas não basta apenas esperar. Precisamos nos preparar para receber o Espírito de Deus, como fizeram Nossa Senhora, os apóstolos e discípulos, principalmente através da oração. Esta oração, deve ser concorde e perseverante, como nos inícios da Igreja.

Antes de sermos testemunhas de Jesus Cristo, temos necessidade de receber a força do Espírito Santo. Por isso, Jesus recomendou aos discípulos que não se afastassem de Jerusalém antes que se cumprisse a promessa e eles fossem batizados no Espírito. Pois,
não se vai pregar com fruto na praça sem antes passar pelo Cenáculo e sem receber a força do alto. Tudo na Igreja ou recebe força e sentido do Espírito Santo, ou não tem força nem sentido cristão”. Com o Espírito Santo, o Reino de Deus é edificado; o homem luta contra a carne; o Cristo se faz presente; o Evangelho é força vital; a Igreja é sinal de comunhão da Santíssima Trindade; a autoridade é serviço para a libertação do homem; a liturgia é memorial do mistério pascal de Cristo e antecipação do banquete das núpcias eternas.

Como nos inícios da Igreja, precisamos preparar-nos para a vinda do Espírito Santo através da oração. Nos Atos dos Apóstolos, em várias narrativas sobre a expansão da Igreja nascente,
vemos claramente esta relação entre a oração e a vinda do Espírito. O próprio Jesus tinha vinculado o dom do Espírito à oração, quando disse: “Portanto, se vós, maus como sois, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo aos que lhe pedem!” O Filho de Deus também relacionou a vinda do Espírito à Sua oração: “Eu rogarei ao Pai e ele vos dará outro Consolador”. No Pentecostes, “a oração dos apóstolos, reunidos no Cenáculo com Maria, é a primeira grande epiclese, é a inauguração da dimensão epiclética da Igreja, daquele ‘vem Espírito Santo’ que continuará a ressoar na Igreja por todos os séculos e que a liturgia irá antepor a todas as suas ações mais importantes”.

No Cenáculo, a oração dos apóstolos reunidos com Maria é concorde e perseverante. A palavra concorde, ou unânime, aqui significa a oração feita com um só coração, com uma só alma. Quanto à palavra perseverante, que indica qual deve ser a qualidade da oração cristã, expressa a ação firme, insistente, assídua, constante, na oração. “Perseverar na oração significa pedir frequentemente, não parar de pedir, não parar de esperar, nunca se dar por vencido”. Mesmo depois que os apóstolos, Maria e os outros discípulos receberam o Espírito Santo, ele continuavam “assíduos na oração”. Eles permaneceram unidos para orar, mas mudou a qualidade da oração, que não é mais apenas súplica, ou pedido, mas também é expressão de louvor, de ação de graças, como aconteceu com Nossa Senhora depois da Anunciação, no canto do Magnificat.

Assim, como nos inícios da Igreja, somos chamados a nos unir, num só coração, numa só alma, para suplicar a Deus a vinda do Espírito Santo. Pois, somente cheios do Espírito de Deus anunciaremos com fruto o Evangelho de Jesus Cristo. Só pela força do Espírito edificaremos o Reino de Deus. Somente pelo Espírito seremos capazes da oração de louvor que agrada Deus. No Cenáculo, com Maria, peçamos o derramamento do Espírito Santo sobre nós, para que sejamos testemunhas de Cristo até os confins do mundo. Nossa Senhora de Pentecostes, rogai por nós!