segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Guia Litúrgico para o Jubileu da Misericórdia



Apresentação dos ritos do Jubileu da Misericórdia
e do livro litúrgico do Direto da Sacristia



Pela primeira vez, o Jubileu terá celebrações simbólicas pelas dioceses: o Papa Francisco abrirá a Porta Santa da Basílica de São Pedro no dia 08 de dezembro próximo, Solenidade da Imaculada Conceição, e determinou que as dioceses realizassem um rito semelhante no domingo seguinte, 3º do Advento (Gaudete). Desta forma, os fiéis de todo o mundo participarão de alguma forma, ainda que simbólica, da abertura do Jubileu da Misericórdia, embora há várias décadas não só em Roma os fiéis podem se beneficiar dos frutos espirituais dos Anos Santos.

O Dom da Indulgência


O DOM DA INDULGÊNCIA

O  dom  da  indulgência  manifesta  a plenitude  da  misericórdia  de  Deus, que  é  expressa  em  primeiro  lugar no sacramento  da  Penitência  e  da  Reconciliação.
Esta antiga prática, acerca da qual não  faltaram  incompreensões  históricas,  deve  ser  bem  compreendida  e acolhida.

A reconciliação com Deus, embora seja dom da Sua misericórdia, implica um processo em que o homem está envolvido no seu empenho pessoal, e a Igreja, na sua missão sacramental. O caminho de reconciliação tem o seu centro no sacramento da Penitência, mas também depois do perdão do pecado, obtido mediante esse sacramento, o ser humano permanece marcado por aqueles "resíduos" que não o tornam totalmente aberto à graça, e precisa de purificação e daquela renovação total do homem em virtude da graça de Cristo, para cuja obtenção o dom da indulgência lhe é de grande ajuda.

Entende-se por indulgência a "remissão, perante Deus, da pena temporal devida aos pecados cuja culpa já foi apagada; remissão que o fiel devidamente disposto obtém em certas e determinadas condições pela acção da Igreja que, enquanto dispensadora da redenção, distribui e aplica, por sua autoridade, o tesouro das satisfações de Cristo e dos Santos" (Enchiridion indulgentiarum, Normae de indulgentiis, Libreria Editrice Vaticana 1999, pág. 21; Catecismo da Igreja Católica, n. 1471).

A seguinte nota da Penitenciaria Apostólica recorda as disposições necessárias para obter com fruto a indulgência jubilar.

Bula de Proclamação do Jubileu extraordinário da Misericórdia

Misericordiae Vultus
BULA DE PROCLAMAÇÃO
DO JUBILEU EXTRAORDINÁRIO DA MISERICÓRDIA
FRANCISCO
BISPO DE ROMA
SERVO DOS SERVOS DE DEUS
A QUANTOS LEREM ESTA CARTA
GRAÇA, MISERICÓRDIA E PAZ

Jesus Cristo é o rosto da misericórdia do Pai. O mistério da fé cristã parece encontrar nestas palavras a sua síntese. Tal misericórdia tornou-se viva, visível e atingiu o seu clímax em Jesus de Nazaré. O Pai, «rico em misericórdia» (Ef 2, 4), depois de ter revelado o seu nome a Moisés como «Deus misericordioso e clemente, vagaroso na ira, cheio de bondade e fidelidade» (Ex34, 6), não cessou de dar a conhecer, de vários modos e em muitos momentos da história, a sua natureza divina. Na «plenitude do tempo» (Gl 4, 4), quando tudo estava pronto segundo o seu plano de salvação, mandou o seu Filho, nascido da Virgem Maria, para nos revelar, de modo definitivo, o seu amor. Quem O vê, vê o Pai (cf. Jo 14, 9). Com a sua palavra, os seus gestos e toda a sua pessoa,[1] Jesus de Nazaré revela a misericórdia de Deus.