sábado, 26 de agosto de 2023

Salve Rainha

 


Salve Rainha

Oração da Salve Rainha é uma prece a Nossa Senhora, enunciando as várias qualidades da Mãe de Deus.

Mais do que uma oração, é também uma homenagem que prestamos à Virgem Santíssima, Rainha do céu e da humanidade.

Maria é a Mãe a qual podemos clamar em todos os dias de nossas vidas, que sempre nos socorrerá com amor e misericórdia.

Nossa Rainha é vida, doçura e esperança e por isso a saudamos sempre cheios de confiança e certeza.

Dra. Filó

 

Oração da Salve Rainha 

Salve, Rainha, Mãe de misericórdia, vida, doçura e esperança nossa, salve!
A vós bradamos os degredados filhos de Eva.
A vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas.
Eia, pois, advogada nossa, esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei,
e depois deste desterro mostrai-nos Jesus, bendito fruto do vosso ventre,
ó clemente, ó piedosa, ó doce e sempre Virgem Maria.
Rogai por nós, Santa Mãe de Deus,
para que sejamos dignos das promessas de Cristo.
Amém.
 

Salve Rainha explicado 

A Salve Rainha é uma oração sublime muitíssima antiga, e que tem uma estrutura impressionantemente lógica.

 Poderíamos esquematizá-la nos seguintes tópicos: 

1- Introdução, invocando a Virgem Maria como soberana Mãe de Deus e nossa;

2- Exposição de nossas necessidades espirituais;

3- Apresentação de nossos pedidos.

4- Saudação final. 

A Salve Rainha principia, então, — como é necessário e conveniente — com a invocação da Virgem Maria, citando alguns de seus atributos:

"Salve Rainha, Mãe de misericórdia, vida, doçura, esperança nossa, salve!" 

Assim como a "Ave Maria", a "Salve Rainha" saúda a Virgem Maria com o brado de "Salve", recordando que ela também, embora a mais alta de todas as criaturas, foi salva por Cristo, isto é, que todos os seus privilégios, dons e graças lhe foram concedidos na previsão dos méritos infinitos de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Salve Rainha

O primeiro título que damos a Maria nessa oração é o de Rainha. Fazemos isso para como que forçá-la a nos ajudar, já que ela tem todo o poder no céu e na terra. Só Deus é onipotente. Mas Cristo quis dar a Ela a onipotência suplicante. O que Ela Lhe pedir, Ele lho concederá, pois Cristo nada recusa à sua divina Mãe. 

É o que ficou provado em Caná da Galiléia. É o que ficou ainda mais provado, quando Ela pedia a Deus que mandasse à terra o Messias Salvador: sua oração foi tão poderosa, que alcançou que Deus se encarnasse:

"Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo", disse-lhe o anjo. E disse-lhe mais: "Não temas Maria, porque achaste graça diante de Deus" (Luc. I, 28-29). 

Maria é a Rainha dos anjos e dos santos, pois é Mãe de Deus, soberano absoluto. Mas nem tanto adiantaria, para nós, que Maria fosse Rainha dos céus e da terra, se Ela não fosse também nossa Mãe, e Mãe plena de Misericórdia. Que nos adiantaria ser Ela nossa Mãe, se não tivesse poder? E de que adiantaria ter poder, se não fosse também nossa Mãe?

Mãe de Misericórdia

E o segundo de seus títulos que é lembrado é que ela é nossa Mãe de Misericórdia. E isto de dois modos: em primeiro lugar, porque, sendo a Virgem Maria, a Mãe de Jesus Cristo, nosso Divino Redentor, ela é realmente a Mãe da Misericórdia, já que Cristo se encarnou por Misericórdia de nós, pobres mortais. 

Os anjos e os homens podem ter a virtude da misericórdia, mas Cristo é A Misericórdia, pois que é Deus, e, em Deus, todas as qualidades e virtudes existem em grau infinito. Deus é A Bondade, A Justiça, A Misericórdia, A Beleza, por excelência, enquanto as criaturas apenas podem ter essas qualidades em graus maiores ou menores, mas não são essas qualidades. 

Em segundo lugar, Nossa Senhora é Mãe de Misericórdia, porque ela é a criatura que possui essa qualidade no mais alto grau possível, para uma criatura, e porque, sendo nossa Mãe, ela, como modelo de todas as mães, não pode deixar de ter compaixão de nós, que somos seus filhos, por nossas misérias e fraquezas.

Vida

A seguir se lhe diz que ela é vida. Como dissemos, somente Deus é A Vida. Jesus, filho de Maria, disse de Si mesmo: "Eu sou o Caminho a Verdade e a Vida" (Jo. XIV, 6). Deus é que nos concedeu a vida, que só Ele é. Mas, no mistério da encarnação do Verbo, Maria Virgem teve o privilégio de conceber, em seu seio virginal e puríssimo, por obra do Espírito Santo, o Verbo de Deus encarnado. Ela foi a Mãe de Deus, a mãe dA Vida. E mãe é aquela que dá a vida. Maria deu vida à Vida, assim como ensinou o Verbo de Deus a falar. Ela deu vida a Cristo, enquanto homem, a Ele que era A Vida, em Deus. Ela ensinou Cristo a falar, a Cristo, Verbo de Deus, enquanto homem. Ela deu palavra àquele que era a Palavra infinita, em Deus, enquanto Deus. Nossa Senhora é chamada ainda de "vida" porque só por meio dela recebemos a vida da graça em nossas almas. 

Deus poderia ter vindo ao mundo por muitos meios. Ele, Sabedoria infinita, nos ensina São Luis Maria Grignion de Montfort — Ele escolheu o melhor meio, o mais sábio, o mais perfeito, o mais curto de todos os caminhos, para vir a este mundo. E esse caminho melhor, o mais perfeito, o mais sábio e o mais curto, foi vir até nós por meio da Virgem Maria, encarnando-se em seu seio.

Cristo é A VIDA, e veio para nos dar vida. Nos dar a vida da graça, que é participação na vida infinita da Santíssima Trindade. 

Deus livremente quis nos comunicar uma participação em sua Vida divina, isto é, elevar-nos a uma Vida mais alta que a vida angélica, vivendo Ele, em nossas almas, por meio da graça santificante. Essa participação na Vida divina se faz pela graça habitual, ou graça santificante, que recebemos no Batismo, instituído por Cristo. O Batismo nos perdoa o pecado original, nos faz membros da Igreja, herdeiros do céu, e filhos adotivos de Deus, participantes de sua Vida infinita. Pelo batismo, somos capazes de ser como Deus, e tendo méritos infinitos.

Assim como é o sol que nos permite ver, a luz de Deus, A Verdade, Cristo, sol de Deus, só chegou até nós por Maria. O olho humano foi feito para a luz, para o sol, mas não consegue contemplar diretamente o sol. A alma humana foi feita para ver a luz de Deus, para a Verdade, mas não nos é possível ver ou compreender Deus. 

Assim também, Deus quis vir até nós por meio do vitral que é a Virgem Maria, e nós que não podíamos ver a Deus, fomos capazes de vê-Lo, como um Menino, e Ele era "cheio de graça e de verdade"(Jo. I,14). E assim como a luz passa pelo vitral sem quebrá-lo, assim Deus nasceu de Maria sem que ela perdesse a virgindade. E do mesmo modo que a luz, a mais simples das criaturas, é dividida pelo prisma, e dele ganha beleza, pois que o prisma "explicita" as suas cores, assim Deus que é simplicidade absoluta, colocou todas as suas graças em Maria, que como prisma de Deus, nos reparte as suas graças. Daí Maria ser a Medianeira de todas as graças.

Doçura

Maria é para todos os homens a doçura. Chamamos de doce tudo o que nos agrada suavemente. Não só um alimento é doce ao paladar. Há músicas doces aos ouvidos. Há palavras doces ao coração. Há veludos doces ao tato, como há perfumes doces ao olfato. Há movimentos doces de uma gaivota no ar, e é possível existir um andar doce e calmo por alamedas em doces ladeiras. Doce é, sobretudo, a amizade fundamentada na verdade. (E como é amargo perder um amigo que Deus nos deu, afastado por um conselho imprudente e político). Doce é tudo o que é proporcionado aos sentidos. Doce é tudo o que é proporcionado a nós. E nada é tão proporcionado ao ser humano, qualquer seja ele, do que Maria, o ser puramente humano, o mais perfeito que possa existir, porque Cristo, embora homem, é também Deus infinito. Maria é a doçura da humanidade.

Face a Maria Santíssima não temos temor. Ela é nossa Mãe plena de doçura. Por isso São Luís de Montfort lembra que, se Jesus é nosso Redentor e nosso apoio, ela, por ser nossa mãe, será sempre nossa força.

"Vous êtes Vierge Mère,             ( Vós sois, ó Virgem Mãe

après Dieu mon suport.               depois de Deus, o meu apoio.

Je sais qu"íl est mon Père,           Eu se que Ele é meu Pai,

mais vous êtes montfort".             mas vós sois meu forte") 

(São Luís de Montfort, canção "Je mets ma confiance"–

 "Coloco minha confiança"). 


Esperança

A Salve Rainha lembra ainda a Nossa Senhora, quando a invocamos, que ela é a nossa esperança. Isso nós dizemos a ela, porque sabemos que ela tudo alcança de Jesus, seu Filho e Deus onipotente. De Deus, que tanto ofendemos, por vezes, temos receio de não mais poder esperar senão castigos. Mas de Maria, nossa Mãe, cheia de misericórdia, esperamos que rogue por nós, evidentemente, não porque ela seja mais bondosa do que Deus, mas porque é natural que a mãe peça por filhos, ainda que maus. 

Não pediu ela pelos noivos de Caná: "Eles não têm mais vinho"(Jo. II, 3).

E quantas vezes já não temos mais vinho em nossas almas, e só a pedido de Maria, Cristo transmuda nossa água maldosa em vinho de boas obras! 

Ela é nossa esperança que a ninguém falece. Por isso São Bernardo nos lembra que, quando tudo está perdido e o barco de nossa alma está prestes a soçobrar, levantemos os olhos, contemplemos Maria. Pois não há pecador que Ela não socorra. 

Salve!

Este segundo "salve", encerrando a invocação inicial, é uma confirmação do primeiro "salve" e, ao mesmo tempo, uma exclamação de alegria pelos títulos de Maria Santíssima, que acabaram de ser lembrados, e que nos dão a confiança necessária, a nós pobres pecadores, de recorrer a Mãe tão bondosa quanto poderosa. 

2- Apresentação de nossas necessidades espirituais 

Finda a invocação, começa a exposição de nossas misérias à Mãe de Misericórdia.

Lembramos a Ela, em primeiro lugar, que somos "exilados filhos de Eva".

"A ti clamamos, exilados filhos de Eva".

Clamamos, não só pedimos. "Clamar" é gritar por um excesso de aflição e de dor. Clama quem está nos extremos da resistência a um mal, e que já não encontra, em si mesmo, as forças necessárias para resistir, e se salvar. Lembramos a Ela que somos "filhos de Eva", isto é, que somos maus, mas que herdamos a culpa original, que nos impele ao mal. Lembramos a Ela — a Ela que foi o oposto de Eva — que nos alcance o bem, quando nossa primitiva mãe terrena nos deu o pecado original. Lembramos a Ela que somos seres humanos como Ela, descendentes de Eva, e que, por isso, Ela é nossa Irmã. E Irmã privilegiada, que não herdou a culpa de Eva. Ela, Imaculada, concebida sem pecado, que tenha pena de seus irmãozinhos concebidos no pecado.

E prosseguimos, dizendo a Maria Santíssima:

 

"A ti suspiramos, gemendo e chorando, nesse vale de lágrimas".

Lembramos a Maria nossa penosa e miserável situação espiritual, dizendo-lhe que suspiramos pelo bem perdido, gememos pelos justos castigos que merecemos, choramos pela culpa nossa, — culpa toda nossa, nossa máxima culpa — "nesse vale de lágrimas". 

Vale de lágrimas, porque todos os prazeres deste mundo são ilusórios, e todos os seus bens são passageiros, e toda a sua glória como a flor do campo. "Secou-se o feno, e caiu a flor" (Is. XL, 7). E nossa vida passa como uma sombra, como o pássaro, que, na noite, atravessa, um momento, a claridade da fogueira. Vale de ilusões, que queremos contemplar irisado por nossas lágrimas doloridas. 

Vale de lágrimas, que a mentira da Modernidade quer transformar em Reino de Deus na terra, cultuando o Príncipe deste Mundo, isto é, o antigo e mentiroso Júpiter, deus do universo, e não a "Deus Pai Onipotente, Criador de todas as coisas visíveis e invisíveis". 

Visto, então, que Maria é tão poderosa e tão bondosa. Visto também que somos tão miseráveis e tão necessitados filhos dEla, nada mais lógico do que recorrer a Ela, dizendo-lhe a conclusão do raciocínio posto na oração.

3- Apresentação de nossos pedidos.

Essa apresentação é dividida em duas partes. Primeiramente, rogamos que Nossa Senhora olhe para nós.

"Eia, pois, advogada nossa, esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei".

Nós a chamamos de advogada nossa. E Ela de fato o é. Advogada significa chamada a ser aquela que fala por nós, que nos defende. Ela, por ser nossa Mãe misericordiosa, está sempre pronta a interceder a Deus por nós, para que nos perdoe. Foi o próprio Deus que a constituiu como nossa advogada, porque o Deus infinitamente misericordioso se compraz em nos fazer misericórdia, atendendo aos pedidos dEla. 

Que Ela mesma veja, por si mesma, com seus próprios olhos bondosos, a nossa grande miséria e nossa situação moral terrível. 

E, em seguida, lhe pedimos o fundamental, o essencial:

"E depois deste desterro, mostrai-nos Jesus, bendito fruto de vosso ventre".

Depois de nossa morte, depois da terrível hora de nossa morte, que Ela nos mostre Jesus.

"Mostrai-nos Jesus", isto é, que vejamos a Deus Nosso Senhor em sua glória, Ele que é o fruto bendito do seio virginal de Maria. Que contemplemos, enfim a Jesus, o mesmo Jesus manso e misericordioso para com os pecadores arrependidos, o mesmo Jesus que perdoou a Maria Madalena e ao bom ladrão, e não o Juiz inexoravelmente justo dos pecadores empedernidos. 

4- Conclusão 

"O clemente, ó piedosa, ó doce sempre Virgem Maria".

Essas três exclamações de amor foram acrescentadas, ao final da Salve Rainha, por São Bernardo, quando entrou na Catedral de Spira, ao pregar a Segunda Cruzada. Porque essa é a verdade histórica: os Santos pregavam Cruzadas e aprovavam as fogueiras inquisitoriais, porque faziam justiça e paz. 

Ao pregar a segunda Cruzada em Spira, São Bernardo fez dezenas de milagres, numa só manhã, e, com eles e com sua palavra ardente arrastou a nobreza e o Imperador a se decidirem a partir para a Palestina, a combater os turcos maometanos. Porque não há amor ao bem sem ódio ao mal. E quem ama, combate. 

Como uma tocha ardente de fogo do amor à verdade e ao bem, São Bernardo havia pregado a Cruzada contra o Islam, clamando em Vézelay, citando o Profeta Jeremias: 

"Maldito aquele que não ensangüentar a sua espada" (Jer. XLVIII, 10). 

Depois, em Spira, tendo conseguido arrastar a nobreza e o Imperador à Cruzada, — o que era mais do que mover montanhas — São Bernardo, entrando na Catedral de Spira ao cântico da Salve Regina, com o coração ardendo em fogo de amor pela Rainha do Céu e da Terra, Ele exclamou, compondo os versos finais, que, desde então, foram acrescentados à essa oração sublime, ajoelhando-se São Bernardo a cada adjetivo que ele cantava à medida que percorria o corredor central da catedral, em direção ao altar-mor: 

"Ó Clemens, Ó pia, ó dulcis Maria". 

Na catedral de Spira, três placas de bronze marcam os três lugares em que o Doutor Melífluo se ajoelhou, cantando essas três exclamações da glória de Maria.

 

Fonte: Catolicismo Romano

 

segunda-feira, 26 de setembro de 2022

Consagração Total a Santíssima Virgem Maria

Participe da Jornada Mundial do Terço, 26ª Edição.
Sua pequena oração, somada a tantas outras, faz diferença,
transforma o mundo, converte corações.  



Consagração Total a Nossa Senhora

Por que se consagrar à Virgem Maria?
Por Padre Paulo Ricardo

    Por que se consagrar a Maria? Não seria melhor ir diretamente a Jesus? Ora, quem se dá conta de nossa triste condição de pecadores bem sabe que, embora o queiramos muito, entregar-se a Deus com plena confiança é um trabalho que em muito supera nossas forças.

    É por isso que ele quis dar-nos Maria, para que ela, recebendo-nos como pequena oferenda, nos apresente a Cristo, purificados e embelezados pelas mãos virginais de uma Mãe Imaculada.

    Depois de tudo quanto vimos até agora, parece não haver motivos de peso para não se consagrar à Virgem Santíssima. Ao lhe entregarmos tudo, nós nada perdemos, senão que muito lucramos, despojados de nossos bens, vivendo só por ela, com ela e nela. Ainda assim, vale a pena repassar as principais razões elencadas por São Luís Maria Grignion de Montfort em seu Tratado que nos recomendam vivamente essa devoção. Vejamos, de modo bastante resumido, o que São Luís nos diz a esse respeito.

    A consagração plena a Nossa Senhora, diz ele, nos põe inteiramente ao serviço de Deus e constitui um meio admirável de sermos fiéis e perseverantes na virtude. Com efeito, todos os que temos a graça de crer desejamos ser de Jesus Cristo. No entanto, por causa de nossa debilidade e inconstância, muitas vezes descumprimos nossos propósitos e, cedendo pouco a pouco a nossas paixões e maus desejos, voltamos à mesma vida de pecado que tínhamos antes da conversão. De manhã nos oferecemos a Deus, e à noite já nos pedimos de volta. Falta-nos, pois, aquela liberdade interior, aquela firme resolução de tudo entregar a Deus.

    Mas por que, poderíamos perguntar, Maria é um caminho tão eficaz, um instrumento tão útil para superarmos tais obstáculos? Aqui é preciso lembrar que, ao pecarem, Adão e Eva, criados amigos e familiares de Deus, passaram a vê-lo como um inimigo, uma figura temível e agressiva. Foi por isso que, ao lhe ouvirem os passos no jardim do Éden, à hora da brisa da tarde, nossos primeiros pais se esconderam de sua face, no meio das árvores do jardim (cf. Gn 3, 8). Enganados pela antiga serpente, compraram a mentira de que o Senhor, na verdade, era um “embusteiro”, que bem sabia que, no dia em que comessem do fruto proibido, seus olhos se abririam e eles seriam como deuses (cf. Gn 3, 5).

    Manchados pelo pecado original, também nós herdamos esta disposição a olhar para Deus como um inimigo, um “mentiroso” indigno de nossa fé e confiança. Ora, a solução que o próprio Senhor encontrou para esta triste queda foi pôr ódios e inimizades entre a mulher e a serpente, entre a descendência desta e a daquela (cf. Gn 3, 15). Por ser Mãe e ter um Coração terníssimo, Maria, prefigurada pela antiga Eva, faz cair todas as resistências; ela nos atrai para o amor e para o serviço, ajuda-nos a entregar de coração todo o nosso ser a Deus. Quem recearia entregar a uma Mãe tão boa, cheia de misericórdia e doçura, todos os seus bens, familiares, saúde, dinheiro, boa fama etc.? Acaso não nos é mais fácil conseguir o que queremos ou precisamos de nosso pai se primeiro recorremos à nossa mãe? Se é assim na ordem natural, por que haveria de ser diferente na ordem da graça e das necessidades do espírito? Se temos medo de dar tudo a Deus, entreguemo-nos primeiro a Maria, que, sendo a mais humildes das servas, há de entregar-nos a Jesus. Ela, escreve o santo de Montfort,

[...] nada retém para si do que lhe ofertamos. Tudo remete fielmente a Jesus. Se algo lhe damos a ela, damos necessariamente a Jesus. [...] Quando apresentamos alguma coisa a Jesus, de nossa própria iniciativa e apoiados em nossa capacidade e disposição, Jesus examina o presente, e muitas vezes o rejeita em vista das manchas que a dádiva contraiu do nosso amor-próprio, como antigamente rejeitou os sacrifícios dos judeus por estarem cheios de vontade próprias. Quando, porém, lhe apresentamos algo pelas mãos puras e virginais de sua bem-amada, tomamo-lo pelo seu lado fraco [...]. Ele não considera tanto a oferta que lhe fazemos como sua boa Mãe que lha apresenta; não olha tanto a procedência do presente como a portadora [1].


    Ao contrário de Eva, que viu o fruto proibido e o tomou para proveito próprio, Maria olha para o fruto bendito de seu ventre e não o guarda para si; antes, entrega-o ao Pai com generosidade e desprendimento. Com quanta razão, portanto, nos devemos dar por inteiro a Nossa Senhora! Ela olhará para o fruto pobre e bichado de nossas obras, de todo o nosso ser, e o remeterá, purificado e embelezado, ao seu querido Filho. Consagrar-se inteiramente a Maria é ser conduzido por ela, do modo mais fácil, curto, perfeito e seguro, a uma união mais íntima e profunda com Nosso Senhor [2].




Santos consagrados a Nossa Senhora

    Conheça alguns dos santos mais conhecidos, e grandes devotos da Santíssima Virgem Maria e que a Ela se consagraram:
  • São João Paulo II, 
  • São Padre Pio de Pietrelcina,
  • São Domingos Sávio,
  • São Maximiliano Kolbe,
  • Santa Teresinha do Menino Jesus,
  • São João Bosco,
  • entre outros. 
Em qual data fazer a consagração? 

A Consagração não possui regras rígidas nem obrigatoriedades, mas apenas INDICAÇÕES E RECOMENDAÇÕES para melhor aproveitamento e para que se viva melhor tal condição de vida consagrada.

São Luís fala: “escolherás uma data importante para essa entrega”, “um dia solene”. Recomenda-se optar por um dos dias de festa de Maria.

Outra opção também pode ser algum dia significativo para você, como o seu dia de batismo ou de nascimento. Contanto que você não esqueça o dia de sua consagração, que será renovada anualmente.

Para auxiliar na escolha dessa data, veja algumas das principais festas marianas ao longo do ano litúrgico:

1 de Janeiro – Maria Santíssima, Mãe de Deus
    A preparação inicia dia 29 de Novembro;
    No dia 31 de Dezembro conclui-se os 33 dias e se consagra no dia 1 de Janeiro)

2 de Fevereiro – A Purificação da Santíssima Virgem Maria    
    A preparação inicia dia 31 de Dezembro;
    No dia 1 de Fevereiro conclui-se os 33 dias e se consagra no dia 2 de Fevereiro)

11 de Fevereiro – Nossa Senhora de Lourdes
    A preparação inicia dia 9 de Janeiro;
    No dia 10 de Fevereiro conclui-se os 33 dias e se consagra no dia 11 de Fevereiro

25 de Março – A Anunciação a Santíssima Virgem Maria
    A preparação começa dia 20 de Fevereiro;
    No dia 24 de Março conclui-se os 33 dias e se consagra no dia 25 de Março

26 de Abril – Nossa Senhora do Bom Conselho
    A preparação começa dia 24 de Março;
    No dia 25 de Abril conclui-se os 33 dias e se consagra no dia 26 de Abril

​13 de Maio – Nossa Senhora de Fátima
    A preparação começa dia 10 de Abril;
    No dia 12 de Maio conclui-se os 33 dias e se consagra no dia 13 de Maio

​24 de Maio – Nossa Senhora Auxiliadora
    A preparação começa dia 21 de Abril;
    No dia 23 de Maio conclui-se os 33 dias e se consagra no dia 24 de Maio

31 de Maio – Visitação de Nossa Senhora
    A preparação começa dia 28 de Abril;
    No dia 30 de Maio conclui-se os 33 dias e se consagra no dia 31 de Maio

Junho – Coração Imaculado de Maria (sábado após a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus);
    Como não teria uma data fixa, conta-se então 33 dias antes da festa da solenidade de Nossa Senhora, concluindo 1 dia antes, para se consagrar no dia da festa

27 de Junho – Nossa Senhora do Perpétuo Socorro
    A preparação inicia dia 25 de Maio;
    No dia 26 Junho conclui-se os 33 dias e se consagra no dia 27 de Junho

​16 de Julho – Nossa Senhora do Carmo
    A preparação começa dia 13 de Junho;
    No dia 15 de Julho conclui-se os 33 dias e se consagra no dia 16 de Julho

15 de Agosto – Assunção de Nossa Senhora
    A consagração começa dia 13 de Julho;
    No dia 14 de Agosto conclui-se os 33 dias e se consagra no dia 15 de Agosto

22 de Agosto – Nossa Senhora Rainha
    A preparação inicia dia 20 de Julho;
    No dia 21 de agosto conclui-se os 33 dias e se consagra no dia 22 de agosto

8 de Setembro – Natividade de Nossa Senhora
    A preparação inicia dia 6 de Agosto;
    No dia 7 de setembro conclui-se os 33 dias e se consagra no dia 8 de setembro

12 de Setembro – Memória do Santíssimo Nome de Maria
    A preparação inicia dia 10 de Agosto;
    No dia 11 de setembro conclui-se os 33 dias e se consagra no dia 12 de setembro

15 de Setembro – Nossa Senhora das Dores
    A preparação começa dia 13 de Agosto;
    No dia 14 de Setembro conclui-se os 33 dias e se consagra no dia 15 de Setembro

19 de Setembro – Nossa Senhora de La Salette
    A preparação começa dia 17 de Agosto;
    No dia 18 de Setembro conclui-se os 33 dias e se consagra no dia 19 de Setembro

7 de Outubro – Nossa Senhora Rainha do Rosário
    A preparação começa dia 4 de Setembro;
    No dia 6 de Outubro conclui-se os 33 dias e se consagra no dia 7 de Outubro

12 de Outubro – Nossa Senhora da Conceição Aparecida
    A preparação inicia dia 9 de Setembro;
    No dia 11 de outubro conclui-se os 33 dias e se consagra no dia 12 de outubro

21 de Novembro – Apresentação de Nossa Senhora no Templo
    A preparação começa dia 19 de Outubro;
    No dia 20 de Novembro conclui-se os 33 dias e se consagra no dia 21 de Novembro

27 de Novembro – Nossa Senhora das Graças
    A preparação começa dia 25 de Outubro;
    No dia 26 de Novembro conclui-se os 33 dias e se consagra no dia 27 de Novembro

​8 de Dezembro – Imaculada Conceição de Maria
    A preparação começa dia 5 de Novembro;
    No dia 7 de Dezembro conclui-se os 33 dias e se consagra no dia 8 de Dezembro

Fonte: Vocação de Jesus 



Apostolado Virgem Peregrina da Família

Jornada Mundial do Terço - 1/10/22

  Jornada Mundial do Terço 26 anos

Sábado, 1 de Outubro 

"Que em cada um de vós haja a alma de Maria para bendizer o Senhor;
e em cada um de vós esteja o seu espírito, para exultar em Deus!"
(Santo Ambrósio)

    Há 26 anos, o Apostolado Virgem Peregrina da Família se une com o mundo na Jornada da Oração do Santo Terço. 

    A Jornada do Terço acontece sempre no 1º sábado do mês de outubro. No sábado, por ser dedicado ao Imaculado Coração de Maria, e outubro, por ser o mês do Rosário, onde o maior objetivo é propagar esta importante devoção mariana e conduzir as almas a uma maior e melhor compreensão do tesouro incomparável contido na Oração do Santo Terço, aumentando a confiança e devoção a nossa Rainha Santíssima, a Virgem Maria.

Reze conosco de onde estiver, na hora que puder, em grupos, na Igreja ou com sua família, pelas intenções propostas e por suas intenções particulares.

    Convidamos nossos zeladores da Capela Peregrina, suas famílias e famílias afiliadas, amigos e devotos de Nossa Senhora, para sermos uma só voz diante de Deus, pelo Imaculado Coração de Maria.  

A Jornada Mundial do Terço tem como “intenções”

ü  Pelas intenções do Papa Francisco;

ü  Pela Igreja;

ü Pelas vocações, em especial pelas Vocações Sacerdotais;

ü  Pelas famílias;

ü  Pela paz mundial;

ü  Pela conversão dos pecadores;

ü  Pelas almas do purgatório;

ü  Pelas intenções particulares de cada fiel.


www.virgemperegrina.com.br