PALAVRAS DE JESUS A SANTA FAUSTINA
“Eu desejo que haja a Festa
da Misericórdia. Quero que essa Imagem, que pintarás com o pincel, seja benzida
solenemente no primeiro domingo depois da Páscoa, e esse domingo deve ser a
Festa da Misericórdia” (Diário, 49; cf. 88; 280; 299b; 458;
742; 1048; 1517).
“Na Minha festa, na Festa
da Misericórdia, percorrerás o mundo inteiro e trarás as almas que desfalecem à
fonte da Minha misericórdia. Eu as curarei e fortalecerei” (D.
206); “Pede ao Meu servo fiel que, nesse dia, fale ao mundo
inteiro desta Minha grande misericórdia, que aquele que, nesse dia, se
aproximar da Fonte da Vida, alcançará perdão total das culpas e penas.”
“Desejo que a Festa da
Misericórdia seja refúgio e abrigo para todas as almas, especialmente para os
pecadores. Neste dia, estão abertas as entranhas da Minha misericórdia. Derramo
todo um mar de graças sobre as almas que se aproximam da fonte da Minha
misericórdia. A alma que se confessar e comungar alcançará o perdão das culpas
e das penas. Nesse dia, estão abertas todas as comportas divinas, pelas quais
fluem as graças. Que nenhuma alma tenha medo de se aproximar de Mim, ainda que
seus pecados sejam como o escarlate. A Minha misericórdia é tão grande que, por
toda a eternidade, nenhuma mente, nem humana, nem angélica a aprofundará. Tudo
o que existe saiu das entranhas da Minha misericórdia. Toda alma contemplará em
relação a Mim, por toda a eternidade, todo o Meu amor e a Minha misericórdia. A
Festa da Misericórdia saiu das Minhas entranhas. Desejo que seja celebrada
solenemente no primeiro domingo depois da Páscoa” (D. 699); “Desejo conceder
indulgência plenária às almas que se confessarem e receberem a Santa Comunhão
na Festa da Minha misericórdia” (D. 1109).
O
Domingo da Divina Misericórdia é celebrado no domingo seguinte a Solenidade de
Páscoa em todas as Igrejas do mundo. A data foi instituída pelo, na época, Papa
João Paulo II, em 30 de abril do ano de 2000.
Este
domingo é dedicado, especialmente, para a salvação de almas, por isso
concede-se nesta ocasião indulgência plenária aos pecadores, sob as condições
pré-estabelecidas - Confissão sacramental, Comunhão Eucarística e orações
segundo a intenção do Sumo Pontífice.
Curiosidade: João Paulo II x Domingo da Misericórdia
Karol Józef Wojtyla, Papa João Paulo II, instituiu no ano 2000 a Festa da Misericórdia no 2 º Domingo da Páscoa.
O religioso faleceu no dia 02 de abril de 2005, que na época coincidiu com esta festividade.
E no dia 27 de abril, quando foi celebrado o Domingo da Misericórdia, o beato João Paulo II foi canonizado, junto com o beato João XXIII.
Fonte: www.arquidiocesedebrasilia.org.br
HOMILIA DO PAPA FRANCISCO
Praça de São Pedro
II Domingo de Páscoa (ou da Divina Misericórdia), 27 de Abril de 2014
II Domingo de Páscoa (ou da Divina Misericórdia), 27 de Abril de 2014
No centro deste domingo, que encerra a Oitava de Páscoa e que São João Paulo II quis dedicar à Misericórdia Divina, encontramos as chagas gloriosas de Jesus ressuscitado.
Já as mostrara quando apareceu pela primeira vez aos Apóstolos, ao anoitecer do dia depois do sábado, o dia da Ressurreição. Mas, naquela noite – como ouvimos –, Tomé não estava; e quando os outros lhe disseram que tinham visto o Senhor, respondeu que, se não visse e tocasse aquelas feridas, não acreditaria. Oito dias depois, Jesus apareceu de novo no meio dos discípulos, no Cenáculo, encontrando-se presente também Tomé; dirigindo-Se a ele, convidou-o a tocar as suas chagas. E então aquele homem sincero, aquele homem habituado a verificar tudo pessoalmente, ajoelhou-se diante de Jesus e disse: «Meu Senhor e meu Deus!» (Jo 20, 28).
Se as chagas de Jesus podem ser de escândalo para a fé, são também a verificação da fé. Por isso, no corpo de Cristo ressuscitado, as chagas não desaparecem, continuam, porque aquelas chagas são o sinal permanente do amor de Deus por nós, sendo indispensáveis para crer em Deus: não para crer que Deus existe, mas sim que Deus é amor, misericórdia, fidelidade. Citando Isaías, São Pedro escreve aos cristãos: «pelas suas chagas, fostes curados» (1 Ped 2, 24; cf. Is 53, 5).
São João XXIII e São João Paulo II tiveram a coragem de contemplar as feridas de Jesus, tocar as suas mãos chagadas e o seu lado trespassado. Não tiveram vergonha da carne de Cristo, não se escandalizaram d’Ele, da sua cruz; não tiveram vergonha da carne do irmão (cf. Is 58, 7), porque em cada pessoa atribulada viam Jesus. Foram dois homens corajosos, cheios da parresia do Espírito Santo, e deram testemunho da bondade de Deus, da sua misericórdia, à Igreja e ao mundo.
Foram sacerdotes, bispos e papas do século XX. Conheceram as suas tragédias, mas não foram vencidos por elas. Mais forte, neles, era Deus; mais forte era a fé em Jesus Cristo, Redentor do homem e Senhor da história; mais forte, neles, era a misericórdia de Deus que se manifesta nestas cinco chagas; mais forte era a proximidade materna de Maria.
Nestes dois homens contemplativos das chagas de Cristo e testemunhas da sua misericórdia, habitava «uma esperança viva», juntamente com «uma alegria indescritível e irradiante» (1 Ped 1, 3.8). A esperança e a alegria que Cristo ressuscitado dá aos seus discípulos, e de que nada e ninguém os pode privar. A esperança e a alegria pascais, passadas pelo crisol do despojamento, do aniquilamento, da proximidade aos pecadores levada até ao extremo, até à náusea pela amargura daquele cálice. Estas são a esperança e a alegria que os dois santos Papas receberam como dom do Senhor ressuscitado, tendo-as, por sua vez, doado em abundância ao Povo de Deus, recebendo sua eterna gratidão.
Esta esperança e esta alegria respiravam-se na primeira comunidade dos crentes, em Jerusalém, de que falam os Actos dos Apóstolos (cf. 2, 42-47), que ouvimos na segunda Leitura. É uma comunidade onde se viveo essencial do Evangelho, isto é, o amor, a misericórdia, com simplicidade e fraternidade.
E esta é a imagem de Igreja que o Concílio Vaticano II teve diante de si. João XXIII e João Paulo II colaboraram com o Espírito Santo para restabelecer e actualizar a Igreja segundo a sua fisionomia originária, a fisionomia que lhe deram os santos ao longo dos séculos. Não esqueçamos que são precisamente os santos que levam avante e fazem crescer a Igreja. Na convocação do Concílio, São João XXIII demonstrou uma delicada docilidade ao Espírito Santo, deixou-se conduzir e foi para a Igreja um pastor, um guia-guiado, guiado pelo Espírito. Este foi o seu grande serviço à Igreja; por isso gosto de pensar nele como o Papa da docilidade ao Espírito Santo.
Neste serviço ao Povo de Deus, São João Paulo II foi o Papa da família. Ele mesmo disse uma vez que assim gostaria de ser lembrado: como o Papa da família. Apraz-me sublinhá-lo no momento em que estamos a viver um caminho sinodal sobre a família e com as famílias, um caminho que ele seguramente acompanha e sustenta do Céu.
Que estes dois novos santos Pastores do Povo de Deus intercedam pela Igreja para que, durante estes dois anos de caminho sinodal, seja dócilao Espírito Santo no serviço pastoral à família. Que ambos nos ensinem a não nos escandalizarmos das chagas de Cristo, a penetrarmos no mistério da misericórdia divina que sempre espera, sempre perdoa, porque sempre ama.
Fonte: www.vatican.va