sábado, 30 de agosto de 2014

Papa telefona ao sacerdote iraquiano que lhe escreveu uma carta dramática



Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco telefonou ao sacerdote iraquiano, Pe. Behnam Benoka, em resposta a uma carta dramática. O vice-diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Padre Ciro Benedettini, informou que a ligação aconteceu logo depois que o Santo Padre voltou da sua Viagem Apostólica à Coréia, na manhã do dia 19. O sacerdote vive em Bartella, uma pequena cidade cristã perto de Mosul, no norte do Iraque.


No telefonema, o Santo Padre manifestou profunda comoção pela carta recebida do vice-reitor do Seminário católico de Ankawa. O Papa também expressou gratidão aos voluntários que trabalham nos campos de refugiados e deu pleno apoio, participação espiritual, solidariedade e proximidade aos cristãos perseguidos. O Santo Padre prometeu, ainda, que continuará a fazer o melhor possível para proporcionar alívio aos seus sofrimentos.

O telefonema foi finalizado com uma Bênção Apostólica concedida pelo Papa ao sacerdote e a sua comunidade iraquiana, pedindo ao Senhor para que lhes dê o dom da perseverança na fé. 


A carta do sacerdote era intitulada: “Uma carta de lágrimas". No texto, o sacerdote explicou ao Santo Padre a trágica situação de centenas de milhares de cristãos: "Santidade, a situação das suas ovelhas é miserável. Eles morrem e têm fome. Seus pequenos têm medo e não aguentam mais. Nós, sacerdotes, religiosos e religiosas, somos poucos e tememos não conseguir responder às exigências físicas e psíquicas dos filhos deles, que também são nossos".



O sacerdote expressou ainda seus temores e pediu bênçãos: "Escrevo com as minhas lágrimas, porque estamos em um vale escuro no meio de uma grande alcateia de lobos ferozes. Santidade, tenho medo de perder os seus pequenos, em especial os recém-nascidos que, a cada dia, se cansam e se debilitam mais; temo que a morte leve embora alguns deles. Mande-nos a sua bênção para termos a força de seguir em frente e, quem sabe, resistir ainda mais ". (MT e AC)




Texto proveniente da página:

 http://pt.radiovaticana.va/bra/articolo.asp?c=822496
do site da Rádio Vaticano 

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Angelus 10-08-14


Home > Audiências e Angelus > 2014-08-10 12:36:55
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"Tudo isto ofende gravemente Deus e a humanidade!" - Papa Francisco ao Angelus, evocando violências no norte do Iraque


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A grave situação de violência e precariedade que se vive no norte do Iraque, assim como de novo na Faixa de Gaza, foi evocada em termos sentidos pelo Papa Francisco, neste domingo, ao meio-dia, depois da recitação do Angelus, na Praça de São Pedro.

O Papa exprimiu o sentimento de “incredulidade e consternação” que suscitam as notícias que chegam do Iraque:

Milhares de pessoas , entre os quais muitos cristãos, expulsos de maneira brutal das próprias casas, crianças morte de sede e de fome durante a fuga, mulheres sequestradas; violências de todos os tipos; destruições de patrimónios religiosos, históricos e culturais. Tudo isto ofende gravemente Deus e ofende gravemente a humanidade. Não se é odeia em nome de Deus! Não se faz guerra em nome de Deus!

Neste contexto, o Papa pediu aos milhares de presentes um momento de silêncio de recolhimento e oração, pensando naquelas pessoas que sofrem… E agradeceu os que, com coragem (disse) estão a levar socorro a estes irmãos e irmãs e declarou confiar que se restabeleça o direito:

Confio que uma solução política eficaz, a nível internacional e local, possa deter estes crimes e restabelecer o direito.

O Papa Francisco recordou ainda que, para melhor assegurar a sua proximidade àquelas caras populações, nomeou seu enviado pessoal ao Iraque o cardeal Fernando Filoni, que já amanhã (disse) partirá de Roma.

Não faltou igualmente uma referência a Gaza:

Também em Gaza, após uma trégua, recomeçou a guerra, que ceifa vítimas inocentes e mais não faz do que piorar o conflito entre Israelitas e Palestinianos.
E pediu que se reze conjuntamente ao Deus da paz, por intercessão da Virgem Maria: Dá a paz, Senhor, nos nossos dias e torna-nos construtores de justiça e de paz.

Na breve catequese antes da reza do Angelus, o Papa comentou, como habitualmente, o Evangelho deste domingo, o episódio da tempestade no lago, em São Mateus, com Jesus que vem ao encontro dos apóstolos, lhes diz para não terem medo e salva do perigo, Pedro que está para sucumbir, por falta de fé. Esta narração é um belo ícone, uma bela imagem da fé do apóstolo Pedro.

Pedro começa a afundar quando afasta de Jesus o seu olhar, deixando-se arrastar pelas adversidades que o circundam.


Na personagem de Pedro, com os seus ímpetos e suas debilidades, está descrita a nossa fé: sempre frágil e pobre, inquieta e contudo vitoriosa, a fé do cristão caminha ao encontro do Senhor ressuscitado , no meio das tempestades e perigos do mundo.

A concluir este comentário evangélico, o Papa sublinhou a importância da cena final: quando Jesus sobe para a barca onde se encontram os discípulos, irmanados pela experiência da fraqueza, da dúvida, do medo, da “pouca fé”, tudo muda: o vento cessa, a tempestade desaparece. E então todos se sentem unidos, na fé, a Jesus. E adoram Jesus….


Esta é uma imagem eficaz da Igreja: uma barca que tem que enfrentar as tempestades e que por vezes parece estar para ser arrastada pelas ondas. Aquilo que a salva, não são as qualidades e coragem dos seus homens, mas sim a fé, que permite caminhar mesmo no meio das dificuldades. É a fé que nos dá a certeza da presença de Jesus ao nosso lado.


Fonte: 

Rádio Vaticano
http://pt.radiovaticana.va/news/2014/08/10/tudo_isto_ofende_gravemente_deus_e_a_humanidade!_-_papa_francisco_ao/por-818585