O caminho da santidade é
construído no cotidiano da nossa vida
São Francisco de Assis,
Santo Afonso Maria de Ligório, Santa Teresa de Jesus, São João da Cruz, Santa
Teresinha do Menino Jesus, Santa Rita de Cássia… Santos canonizados e
reconhecidos, oficialmente, pela Igreja devido as virtudes que iluminaram seus
caminhos rumo ao coração de Deus.
O caminho da santidade é
construído no cotidiano da nossa vida. Os santos nos ensinam esta verdade:
santo é quem faz da sua vida um altar do amor. Eles atingiram a santidade,
porque viveram a vida com todas as consequências da caminhada: erros e acertos;
alegrias e tristezas; luzes e trevas.
O que é ser santo? Ser
santo não é ser perfeito. Se fôssemos perfeitos, não era preciso buscar a
santidade, pois já seríamos santos de fato. Os grandes santos nos ensinam que
viver reconciliados com nossa humanidade é fundamental para quem se propõe a
buscar a santidade. São Francisco de Assis reconciliou seu lado humano com o
mistério da morte, a tal ponto de chamá-la de irmã morte. Santa Terezinha do
Menino Jesus trilhou seu caminho de santidade na obediência.
Hoje, vivemos um tempo em
que a busca da santidade está em alta. Tal atitude não é errada. Porém, muitos
a têm buscado sem se reconciliar com seu lado humano. E quando descobrem que
enquanto não forem humanos não conseguirão chegar à santidade, entram em
complexas crises de identidade.
O que fazer com as próprias
imperfeições
O caminho da santidade
passa essencialmente pelos territórios humanos que compõem nosso ser. Buscar a
santidade e esquecer-se de reconciliar-se com o humano é fonte de problemas
psicológicos sérios. Muitos têm trilhado esse caminho perigoso. Olham para os santos
como se esses nunca tivessem pecado na vida, mas estes só conseguiram chegar à
santidade, porque, por meio de suas próprias imperfeições, buscaram, a cada
dia, ser melhores. O caminho da santidade começa a ser trilhado quando o
presente se torna um lugar de reconstrução. O passado nos ensina o erro
cometido, o presente é lugar por excelência de recomeçar e o futuro é morada da
esperança.
Muitos querem ser santos, mas ainda não aprenderam
a ser humanos. Desejariam ser robôs programados para fazer somente o bem, mas a
realidade é permeada de imperfeições. Acordam com o olhar no ideal perfeito de
uma vida sem erros, mas adentram a noite perdidos nas trevas do erro. Buscam a
perfeição, mas se esquecem de se reconciliar com o que ainda está em construção.
Andam pelas margens da estrada da vida e se desviam das pedras necessárias para
o amadurecimento. As pedras que se encontram no meio da estrada só serão
prejudiciais se nada aprendermos com elas.
Primeiro passo
O primeiro passo para
sermos santos é identificarmos as nossas imperfeições. É ainda preciso ter
consciência de que nunca seremos 100% perfeitos. Nem mesmo São Francisco de
Assis o foi. Ele só foi santo, porque buscava, a cada dia, refazer sua
história. Nos erros da vida, São Francisco descobria, em cada nova manhã, a
chance de recomeçar.
Segundo passo
O segundo passo para o
caminho da santidade é fazermos, de cada novo dia, uma oportunidade de
recomeçar. Quem nunca encara os seus pecados dificilmente conseguirá encontrar
meios para vencê-los. É mais fácil maquiarmos o erro do que olharmos no espelho
de nossa alma e reconhecermos o seu verdadeiro rosto.
Às vezes, é mais fácil e bonito vivermos com um
ideal de santidade do que nos esforçarmos para mudarmos atitudes que não
contribuem em nada com nosso crescimento humano e cristão. Ser santo não é
fácil, mas também não é impossível.
Terceiro passo
O terceiro passo é
buscarmos a santidade no cotidiano da nossa vida. Amar mais aqueles que vivem
ao nosso lado, exercitar a paciência quando estamos a ponto de descarregar
nossa raiva em quem não tem culpa dos nossos fracassos. Ser solidário quando
todos pensam apenas em si mesmos.
Ser santo é fazer a
diferença no mundo! Cristão é aquele que transforma a realidade onde vive com
gestos de amor e fraternidade.
Deus não quis robôs. Eles
nos fez humanos para que descobríssemos a felicidade escondida nos mistérios
mais simples e bonitos da vida. Seremos santos à medida que a santidade não for
um peso ou uma imposição, mas sim um estilo de vida.
Leia mais:
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:: Como o corpo pode levar o homem à santidade?
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Padre Flávio Sobreiro
Bacharel em Filosofia pela
PUCCAMP e Teólogo pela Faculdade Católica de Pouso Alegre (MG), padre Flávio
Sobreiro é vigário paroquial da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Santa Rita
do Sapucaí (MG), e padre da Arquidiocese de Pouso Alegre (MG). É autor do
livro “Amor Sem Fronteiras” pela Editora Canção
Nova. Para saber mais sobre o sacerdote e acompanhar outras reflexões,
acesse: facebook.com/peflaviosobreiro
Fonte:
https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/tres-passos-para-viver-busca-pela-santidade/